quinta-feira, 24 de março de 2011

Agora é fácil de aqui chegar

Este domingo, ao chegar a Aileu, já tínhamos indicação que nos orientasse. À entrada do bairro estava a seguinte placa:

(que tal o telhadinho? Claro que eu tinha reservado a tinta para outra coisa...)

O plano de actividades era começar a pintar as armações das portas e janelas
... e preparar as fichas de leitura para apresentar agora na formação de professores de Abril.

Algumas surpresas menos agradáveis (agora temos de pagar a electricidade pelos 10 min de que usamos diariamente para ferver a água para o leite) e outras bem agradáveis: as identificações dos objectos nas salas de aula estavam feitos (sem erros ortográficos :) ) e os lápis mantêm-se afiados. Na sala da 2.ª infantil continuaram com as formas geométricas e aproveitou-se para rever as cores:

domingo, 13 de março de 2011

Uma ida a Aileu a meio da semana

Uma ida a Aileu a meio da semana era algo que eu já não fazia há algum tempo. Aproveitando a presença da Cristina que veio de Portugal para ver o andamento do projecto da tuberculose, lá fomos nós. Estavam à nossa espera para nos cantarem uma canção de boas-vindas.

Um dos objectivos era a Cristina fazer um exame neurológico à Lourença que diz que está melhor, apesar das dores de cabeça que ainda sente. A Cristina não viu nada de anormal.
Neste dia, as crianças estavam mais calmas do que o normal, sendo fontes presentes. Não sei se era pela minha presença...

Eu também queria ver se andavam a seguir a planificação e deixar ficar alguns trabalhos de casa para as professoras para a minha próxima ida. Conseguimos ainda assistir às seguintes actividades:
Momento das Letras (2.º ano)
Os desenhos sobre o tema "A minha família" (1.º ano)
Actividades de motricidade fina (2.º ano)
Momento de actividade livre (2.º ano)
Conta história (2.º ano)
Rezar para finalizar o dia de escola (1.º ano)
Antes do regresso a casa, nas macacadas antes de regressar a casa
A Maria, a nossa pequenina lá de casa (de 2 anos), também vai à nossa escola. Porta-se bem e tem um "namorado" da turma dos 5 anos. Fica sempre a chorar, porque gostava também de ir com os outros meninos para casa, mas a casa dela é mesmo ali. Por isso, o "namorado" dela dá-lhe sempre a mão e leva-a até junto da mãe. :)
De regresso, passámos por Dare para tomar um chá com a Mana Lu.

Já me questionei se os meus leitores compreendem, porque é que eu me alegro com coisas pequenas. Talvez seja difícil explicar que o contexto local é totalmente diferente do que estamos habituados; para percebermos Timor, temos de conhecer todo o contexto histórico, político, social, cultural, económico. No início desanimava, porque achava que o problema era lá da escola. Mas agora sei que é geral. No outro dia discutia com a "Avó" australiana sobre isso. Ela dizia-me "Mas há dois anos que lhes digo que as crianças têm de levantar o dedo." Fiquei espantada com esta afirmação, vindo de uma pessoa que tem 7 anos de experiência de Timor. Eu tenho noção que, o que eu exijo, é já muito. Por isso, tem de ser um processo gradual. Quando adquirirem algumas competências, haverá espaço para ensinar outras. E é um pro
cesso que vai demorar anos e anos! Às vezes chateia-me, porque vem para cá muita gente que supostamente são "experts", mas que não sabem nada de nada, e vêm com exigências, porque tudo tem de ser como é no país deles. Não sei se me canso mais a ensinar estas pessoas, se a ensinar as professoras. Mas isto para dizer que muitas vezes é uma luta para todas as partes e, por isso, só tenho de me orgulhar...

Já agora, por curiosidade, recentemente morreu um crocodilo aqui e, para quem não sabe, os crocodilos são sagrados em Timor. Foi o crocodilo que deu origem à Ilha de Timor e, por isso, é chamado o avô crocodilo. Bem, o que é certo é que encontraram um (uma cria com os seus módicos 2 metros) que, ao que consta, foi morto, o que só veio piorar a história. Fizeram uma campa, e há quem vá deixar lá flores. Tem uma lápide que diz em inglês: "In Memory of the Crocodile of Timor". Aqui vai a foto: