segunda-feira, 31 de março de 2014

À Francisca, pela sua coragem!

A Francisca juntou-se à nossa família em fevereiro de 2012. Revelou desde o início uma grande dedicação e vontade de aprender. Tinha iniciado a formação com a ATPE no ano passado. Ela e a Lúcia formavam uma grande equipa de trabalho, notava-se a cumplicidade entre as duas. Infelizmente, a Francisca foi transferida da nossa escola.



Apesar de muita consternação inicial, dando agora lugar a muita tristeza, estamos a aprender a gerir esta situação. O essencial é darmos todo o apoio que a Francisca precisa. Este domingo fomos as 6 - a Francisca, a Lúcia, a Lourença, a Mafalda, a Marcelina e eu - conhecer a nova escola da Francisca.
O carrinho é pequenino, mas dá para todas!

A escola da Francisca fica no Suku Liurai. Todos os dias, a Francisca anda quatro horas a pé para ir dar  duas horas de aulas. Para lá chegar tem de atravessar um rio. Quando está cheio, a Francisca tem de esperar que o nível baixe para poder passar. Felizmente o nível do rio permitiu-nos a passagem.

Enquanto espera a finalização da construção de um novo edifício escolar, a Francisca está a usar um pré-fabricado oferecido pelo Estado às "viúvas e mais desfavorecidos" e cedido pela comunidade para acomodação temporária da escola.


As paredes da sala estão praticamente vazias! 



Apesar de ser uma escola pública, apenas foi cedido o espaço e papel branco. O pouco material que a Francisca lá tinha foi doado por uma escola de Aileu, e não é mais do que isto:



Devido à falta de espaço não há separação de idades. Das 89 crianças inscritas, apenas 12 participam nas atividades. A escola conta com 2 professoras e 1 diretora. Desde que foi para lá, a Francisca ainda não conheceu a diretora. O programa diário inclui aprender uma canção, contar uma história e fazer um desenho. As histórias são trazidas de casa - basicamente o que houver, o que não significa que sejam apropriadas para o pré-escolar. 

Quando mudarem para a escola nova, a realidade não será muito diferente. Nós estamos com alguma dificuldade em ajudar a Francisca, porque temos ajudado muitas outras escolas com os mesmos problemas, pelo que as nossas reservas são cada vez mais escassas. Mesmo assim conseguimos levar uns jornais e rolos de papel higiénico para as atividades. Queremos, no entanto, ajudar mais. 

A Francisca continuará a fazer a formação apesar de já não ser "nossa" professora. Graças à bondade da ATPE, a Francisca poderá contar com este apoio. Resta-nos saber se terá liberdade para implementar os nossos programas, para assim lhe fazermos chegar os materiais necessários.

A consternação perdeu-se ligeiramente quando ontem fomos conhecer o futuro da Francisca e percebemos que tem uma grande missão pela frente. Alegra-nos pensar que As Sementinhas foi uma boa "escola" de preparação para ela, para esta sua nova missão. 

Entristece-nos conhecer as condições, mas continuaremos a apoiar a Francisca no que for necessário. Não consigo evitar que as lágrimas me venham aos olhos, e de como a vida é tão difícil para tantas pessoas. 

À Francisca, pela sua coragem!


quinta-feira, 6 de março de 2014

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segunda-feira, 3 de março de 2014

Dia de pôr a Casa em ordem

Este domingo foi dia de arrumações. Tínhamos de pôr uns materiais de parte para ajudar a nova escola da Mana Lu em Lois e aproveitámos para pôr "a casa em ordem": deitar fora o que estava estragado pelos ratos (infelizmente continua a ser a realidade, nem os móveis escapam), arranjar espaço para novos materiais, reparar o que precisava de reparação (não só somos carpinteiros improvisados, como usamos ferramentas improvisadas)...




A Francisca é a nossa responsável de logística e tem o registo de todos os materiais que temos, com as respetivas quantidades. Não deixa escapar nada do que sai ou entra. Não podíamos ter escolhido uma pessoa melhor para esta função. A Francisca tem vindo a revelar-se uma caixinha de surpresas boas.

Cada professora tem uma função adicional. É importante mantermos este equilíbrio de responsabilidades para que todas sintam que estão a contribuir para o mesmo. Não há uma mais importante do que a outra. E devemos deixar isto bem claro! A pedido (talvez por ser um costume em Timor) foi afixado nas salas o nosso organograma. O significado desta folha de papel é inimaginável... Acima de tudo, o resultado do longo caminho de aprendizagem e um motivo de orgulho para todos. Para quem não conhece as funções de cada uma, aqui fica:



E finalmente conseguimos dar utilidade às mesas e cadeiras verdinhas que recebemos do Ministério da Educação. Apesar de serem materiais de grande utilidade, não precisávamos deles - até há 4 anos atrás precisávamos, mas felizmente graças aos nossos amigos hoje temos tudo o que precisamos, quer dizer, falta a sala de aula nova :)
Não podíamos devolver nem doar a mobília, por isso decidimos trocar as nossas mesas de apoio antigas pelas novas, e enviar as antigas para Lois. E o que é certo é que deu uma nova vida às salas. O que acham?


No final do trabalho, uma fotografia da equipa, que não tínhamos ainda. Uma grande equipa!