quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

Fotografias acabadinhas de chegar!

Fotografias acabadinhas de chegar!

As três manas do G.A.S.Porto, que estão atualmente a trabalhar em Loes, foram fazer uma visita a Aileu este fim de semana e conseguiram dar um "miminho" à Lourença pela sua grande conquista e ainda assistir a uma sessão do ATL com o prof. Mouzinho que, segundo elas, está a fazer um belíssimo trabalho. Aqui vão elas:








terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

O tempo não para

O tempo não para na Casa Aberta às Crianças. Há sempre novidades para contar.

Aqui fica um resumo da semana passada:

- A D. Lúcia esteve três dias em Díli para finalizar o último módulo da formação com a ATPE.

- A Lourença irá iniciar-se como formadora do Ministério da Educação em agosto deste ano.

- A ONG PLAN ofereceu-nos tecidos para fazermos cortinas para as janelas. Qualquer casa que se preze tem de ter cortinas. O marido da D. Lúcia, que é alfaiate (entre muitos outros ofícios), está a ajudar-nos a cosê-las.

- Temos 37 crianças inscritas no ATL. O prof. Mouzinho tem sido um sucesso e está atualmente em negociações com o ISMAIK para que nos ceda uma sala maior.


quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

Obrigada a ti!

Não consigo precisar o momento em que a Lourença entrou nas nossas vidas. Lembro-me que começou inicialmente como responsável pelo ATL. Ofereceu-se como voluntária. As primeiras fotografias que tenho dela são de 2009. Na altura tinha um filho e tinha deixado a meio, como muitas mulheres timorenses, um curso superior para tratar do filho e do marido. Passado algum tempo, ofereceu-se como professora voluntária para As Sementinhas e nomeei-a professora assistente.



Independentemente de como começámos o nosso caminho em conjunto, a verdade é que a Lourença foi-se assumindo cada vez mais como líder, com uma inteligência fora de série. Era óbvio que não podia ser uma mera "assistente".


A Lourença é aquela pessoa que não consegue estar calada e que tem sempre alguma coisa a dizer. Ao contrário de muitos timorenses com quem trabalhei em Timor, a Lourença nunca diz "sim", "está tudo bem" ou "compreendi" a nada. É nomeada sempre "o mestre de cerimónias", o que já por si diz muita coisa.

"Enfurece" os representantes do ME com as suas indignações. "Enfurece" as restantes professoras com as suas exigências de rigor. "Enfurece" as irmãs do ISMAIK com a sua atitude de defesa pelos direitos que considera devidos.
A mim... só queria que a nossa escola, e Timor em geral, tivesse muitas Lourenças. A Lourença é a única pessoa que eu conheço em Timor que me diz o que eu NÃO quero ouvir. 


A Lourença é mais nova do que eu cerca de 4 anos e tenho aprendido tanto com ela. É, sem dúvida, a principal responsável por continuarmos aqui. É o ponto de equilíbrio entre as restantes professoras. 
Hoje tem três filhos (o último, segundo ela, veio resultante de um erro de cálculo do período fértil), um marido muito compreensivo relativamente à necessidade da Lourença de ter uma carreira, uma noção de planeamento familiar muito desenvolvida tendo em conta a realidade nacional. Uma casa muito humilde, talvez a pior na vizinhança. 

É professora n'As Sementinhas e responsável pela seção de formação da nossa escola. Sei também que a parte administrativa (embora nem sempre admita) é feita por ela. 
E ontem recebo uma mensagem: "Mana, fui convidada a ser formadora do Ministério da Educação!" 

O meu coração disparou: "Mas podes continuar a dar aulas na escola?" Ela garantiu-me que sim, que só trabalhará como formadora nos períodos de férias escolares. 

Em dezembro apercebi-me que, mais do que uma escola, um bloco de cimento, um edifício que se construiu ali, construiu-se também muitas outras coisas para as crianças que por lá passam, para as mulheres que por lá passaram e para aquelas que continuam a estar connosco. Hoje voltei a sentir que, mesmo que o edifício, o bloco desabe, a construção mantém-se - pelo passado, pelo presente e pelo futuro. A Lourença representa tudo isto. Hoje senti que, independentemente de tudo, a minha missão foi cumprida.

No final da mensagem dizia-me: "Mana, obrigada pela sabedoria que partilhaste comigo e que me abriu portas a esta oportunidade."

Não, Lourença, obrigada a ti!