terça-feira, 16 de junho de 2015

Fumo preto

Continua a busca por uma substituta para o lugar da Francisca no ATL. Candidata já há; não há é concordância!

Em breve haverá uma reunião "familiar" para decidir se a candidata é ou não adequada!

terça-feira, 2 de junho de 2015

Ministro da Educação

Morreu hoje o Ministro da Educação, Fernando Lasama de Araújo, na sequência de uma trombose. Foram decretados três dias de luto nacional.


À família enlutada apresentamos as nossas condolências.


Aileu - parte II

(continuação...)

Uma das filhas da Mafalda fez uma cirurgia delicada há alguns tempos e encontra-se atualmente na Indonésia. Precisamente no fim-de-semana da minha estadia em Aileu, a Mafalda teve de ir à fronteira entregar-lhe medicamentos. Ou seja, não estive com ela...

A Francisca tinha ido para Hatubuelico para o funeral da sogra. Também não estive com ela. Mas a primeira novidade é: a Francisca deixou o ATL, aliás, já tinha deixado, mas só este fim de semana consegui, por telefone, pôr um ponto final nesta história. Estamos agora a recrutar uma nova pessoa, porque acreditamos veementemente que o ATL é essencial para a educação das crianças e até mesmo para a nossa relação com a comunidade local. É preciso dar continuidade a este projeto.

Como o leitor já sabe, a Lúcia estava em recuperação em casa. Por isso, a minha única companheira de trabalho foi apenas a Lourença. Depois de nos termos despedido da Inês e do Tiago, começámos a descarregar o carro e a inventariar os "presentes" que vieram de Portugal.


E claro, sempre com a ajuda do nosso querido Maxi que é extremamente fotogénico.



A Lourença e eu tínhamos muita conversa para pôr em dia. A Lourença é a nossa responsável pela área da formação, por isso tinha muito que contar. No início de maio, a Lourença, a Lúcia e a Mafalda foram fazer uma formação sobre o mais recente currículo para o pré-escolar, lançado pelo Ministério da Educação. Infelizmente coincidiu com a semana de arranque das aulas, mas as manas do ISMAIK conseguiram manter a escola aberta.

Este currículo contém basicamente as mesmas matérias que já tínhamos no nosso horário, no entanto são lecionadas de forma diferente. Em vez dos nossos tradicionais cinco "cantinhos", temos agora nove, segundo o currículo. A matéria lecionada durante o minicurso é agora sujeita a inspeções regulares, pelo que as professoras se sentiram "obrigadas" a alterar a nossa estrutura. A nossa sala é agora assim:


O "cantinho" da leitura diminuiu de tamanho para dar espaço ao "cantinho" da escrita e do desenho, que no fundo já existia, mas que tem de ser usado separado da "mesa de trabalho em grupos pequenos". Na minha opinião, excessivo, mas respeito.

Agora: o novo horário! O novo horário tem muito que se lhe diga... Fica aqui uma imagem (caro leitor, ignore o pequeno lapso em INTERVALO):


Primeira coisa evidente: Quantas horas passam as crianças na escola?

E agora pergunto: onde está a escovagem dos dentes? A lavagem das mãos? O brincar no recreio? 
Cinco minutos para introduzir o dia e cantar? Dez minutos de intervalo para comer? As nossas crianças têm 4-5 anos!!!

Além disso, nós iniciávamos a escola às 8h30 propositadamente, porque na época seca faz muito frio em Aileu e as crianças chegavam atrasadas por terem frio e não quererem tomar banho.

Eu gosto da Lourença, porque é uma pessoa que não tem papas na língua e, quando se trata de revolucionar, é com ela que falamos. A Lourença insurgiu-se logo, em plena formação, contra este horário, com respostas muito inteligentes a quem tentou convencê-la de que estava errada. A resposta às intervenções da Lourença foi sempre: "A Lourença não sabe" ou "Temos de perguntar ao Ministério se... [as crianças podem lavar os dentes]." É necessário perguntar se a educação para a saúde faz parte do currículo, especialmente tendo em conta o contexto social em que nos inserimos?

Resultado: a Lourença apressou-se logo a apresentar uma proposta de horário ao centro de educação de Aileu que pede a introdução, pelo menos, da escovagem dos dentes e da lavagem das mãos. 

Eu procurei não interferir muito, porque são elas que tomam conta da escola agora. São elas que estão diariamente com as crianças, o futuro da escola passa por elas, é delas, é das crianças... não meu. Eu estou só na retaguarda.



Já agora, outra notícia: roubaram-nos a placa que indicava o caminho para a escola. Valerá a pena pôr outra?