quarta-feira, 20 de maio de 2009

Novas alegrias

Está mais que assente o nosso passeio da Infantil a Díli. Os pais autorizaram todos (há quem se tenha voluntariado para ir). E é claro que as crianças estão numa euforia tal e só falam do passeio que será em Junho. Como na escola todos os dias eles conversam sobre que dia é hoje, em que mês estamos, em que ano estamos, tentei explicar-lhes que ainda estamos no mês de Maio, e eles já perceberam que o papelinho do mês é aquele que demora mais a trocar. Então esta semana tivemos a primeira prova dos uniformes que eles vão usar (dados pela Mana Lu). Era vê-los a correr e a dizer: “Vamos já, vamos já.” E o problema foi tirar os uniformes: as meninas levam uma saia vermelha e os rapazes um lenço amarelo no pescoço, e cada um leva um colar ao pescoço que diz: “Se eu me perder, por favor telefona para a minha professora através do número...” A nossa madrinha Isabel também quis financiar o almoço das crianças para este dia. Mas que animação será...
Na semana passada fizemos a primeira experiência com um novo horário para as crianças. Os dois grupos vêm de segunda a sexta, embora a horas ligeiramente diferentes. E ainda bem que a fizemos, porque... Aqui o tempo é relativo, por isso TODAS as crianças vieram à mesma hora, ou seja, confusão total, barulho.... Mudamos outra vez esta semana e parece que funciona melhor. Mas precisava de uma auxiliar, mas... osan la iha (literalmente: dinheiro não ter). Na segunda entrei na infantil e foi brincadeira pegada. Eram saltos, eram corridas, eram gritos, era a puxarem-me pelas pernas. Basicamente todos com saudades minhas e tive de explicar que só tenho duas mãos e por isso não posso dar as mãos a todos.
Alguém andou também na nossa infantil e deixou pegadas (uma pessoa, um cão e uma galinha) e haviam de ver as caras deles. Vejam a fotografia.
A nossa caixa KindyBox já chegou a Aileu, com tanta coisa nova.... e ainda vem mais. E sei onde posso ir buscar ainda mais. Todos os meses chega um contentor da Austrália com as coisas mais inimagináveis. É só fazer uma listinha e eles mandam. É como um supermercado, mas não se paga. Este mês já fui buscar lápis, cadernos e lençóis para as manas.
No ATL é claro, o Quintão não apareceu, não atende o telefone, não responde às mensagens. A Madalena doente, apenas a Lourença... e como estamos na fase de exames nas escolas, vieram poucas crianças.
Em casa o costume: o meu balde que desapareceu devido a um descuido meu (deixei na casa-de-banho). Lembram-se daquele cheiro a rato morto? Eu bem me parecia que havia mais. Ontem andava à procura de umas coisas numas caixas e ao pegar numa das caixas senti um cheiro estranho...abri e lá estava ele, com aspecto de já estar há alguns dias. Entretanto mais um morto em cima da mesa e outro no chão. Mesmo assim, os vivos não se deixam afectar e continuam a massacrar-me à noite. De resto, nunca mais tive aranhas e escorpiões desde que apliquei um produto no meu quarto que afasta a maioria dos insectos.
Fui dar uma voltinha pelo Suai onde o mar é mesmo bravo. E sabem aquela igreja tão bonita que havia no Suai toda em madeira? Pois, o padre achou que não era bonita e destruiu tudo, estando agora a população a fazer uma nova.

5 comentários:

  1. Mas que maravilha de blog! Como é que eu, que adoro Timor, ainda não conhecia este blog ?
    Bom trabalho. Vá contando tudo. Como não posso estar em Timor, por razões familiares, ao menos vou lendo tudo o que escreve.
    Augusto Lança

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  2. Bem começo a ficar zangada contigo:( não me digas que tiveste outra vez no Suai e não me vieste ver???? AI AI!!!!!
    Parabéns pelo teu excelente trabalho.
    Beijinho.
    O esforço dá sempre frutos!

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  3. Continua, Clarisse, estás a fazer um belo trabalho. Leio atentamente e com frequência o teu blogue. Adoro ler as tuas histórias de um mundo que é tão diferente do nosso.
    Parabéns!
    Beijinho grande da Ana.

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  4. um beijinho grande grande minha querida :)

    tao bom ler esse mundo!

    Leonor

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  5. Só mais uma coisa. Sabe que as viagens escolares que organiza são muito importantes. É que em Timor por incrível que seja, a malta viaja pouco. E isso não contribui em nada para a tomada de consciência nacional. O seu trabalho é pois muito positivo. Quando dei aulas na Universidade aí em Dili, organizei uma visita à fábrica de seda de Baucau, e foi o cabo dos trabalhos... as raparigas tinham que ter a autorização
    dos maridos, dos pais... até parecia que iam para Portugal !
    Augusto Lança - Sines

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